O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com quem abordou a situação “política e social” do país latino-americano, após a morte de Hugo Chávez, anterior chefe de Estado. A Santa Sé revela em comunicado, publicado após a audiência privada de aproximadamente 20 minutos, que os dois responsáveis passaram em revista “diversas problemáticas atuais, entre elas a pobreza e a luta contra a criminalidade e o narcotráfico”. Nicolás Maduro encontrou-se ainda com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, acompanhado pelo secretário do Vaticano para as relações com os Estados, D. Dominique Mamberti. As conversações incluíram uma referência à “presença história da Igreja Católica” na Venezuela e ao seu contributo nos âmbitos da “caridade, assistência sanitária e educação”. “Concordou-se na necessidade de um diálogo sincero e constante entre a Conferência Episcopal e o Estado para o desenvolvimento de toda a nação”, acrescenta a nota oficial. Em conclusão, as duas partes analisaram a situação regional, em especial o processo de paz na Colômbia. Maduro cumprimentou Francisco, ao chegar à biblioteca do Papa no Palácio Apostólico do Vaticano, confessando-se “feliz” e honrado, antes de agradecer ao líder da Igreja Católica por “tudo o que está a fazer”. A fase inicial da conversa abordou o facto de a Venezuela ter recebido este domingo o prêmio da organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) por ter reduzido a fome no país na última década. Na tradicional troca de presentes, Maduro ofereceu ao Papa uma Constituição da Venezuela, um retrato de Simon Bolívar, um quadro da padroeira do país, a Virgem de Coromoto e uma escultura de José Gregorio Hernández (1864-1919), médico cujo processo de canonização se encontra em estudo e que é venerado como um santo no seu país natal. Francisco entregou a Nicolás Maduro o documento com as conclusões da reunião da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano que decorreu em Aparecida (Brasil), em 2007. A visita ao Vaticano insere-se na agenda da primeira viagem oficial do presidente venezuelano à Europa desde que assumiu o poder, após as eleições de 19 de abril, cujos resultados são contestados pela oposição. OC
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